A inauguração de nova igreja em Sorocaba, em janeiro, criou polêmica devido ao nome que pode confundir fiéis. Chamada "Paróquia Bom Jesus" e localizada na praça Benedito Paes de Almeida, Vila Santana, não é ligada à Igreja Católica Apostólica Romana. O responsável pela Paróquia Bom Jesus, padre Renato Lima, explica que fazem parte da Igreja Católica Apostólica Carismática. O arcebispo de Sorocaba, dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, enviou nota aos católicos da Arquidiocese que informa sobre o surgimento da Paróquia Bom Jesus.
O arcebispo diz que tal igreja está criando confusão na cabeça dos fiéis e cita parecer da Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), de novembro de 2011, em que "o uso de nomes, termos, símbolos e instituições próprios da Igreja Católica Apostólica Romana por outras denominações religiosas distintas da mesma, pode gerar equívocos e confusões entre os fiéis católicos. Nestes casos o uso das palavras "católico", "bispo diocesano", "vigário episcopal", "diocese", "clero", "catedral", "paróquia", "padre", "diácono", "frei", pode induzir a engano e erro".
Lima conta que a paróquia foi inaugurada no dia 20 de janeiro e deixou claro que não concorda com o arcebispo. "Acho que ele está causando mais confusão falando isso, porque nós somos católicos também. Parece que a Igreja Católica Romana tradicional quer reivindicar uma exclusividade da fé. Quero ver na constituição brasileira onde não podemos usar essas palavras. Isso está apenas no regimento interno deles. Somos católicos também, portanto é normal usarmos este nome. Temos boa relação com padres de outras cidades, e de todos os lugares", afirma. "Nós fazemos parte da "Igreja Católica Apostólica Carismática", que realiza missas mais animadas. A diferença entre nós e os católicos romanos tradicionais é que os padres não são obrigados a serem celibatários. Podem casar caso queiram. Outra diferença é que realizamos casamento de segunda união, caso a pessoa seja divorciada. E também não somos diretamente subordinados ao papa, apesar de orarmos por ele, mas somos todos católicos. Parafraseando o Papa João XXIII, "temos mais coisas que nos unem do que nos separam"", completa.
O parecer da CNBB de 2011, além de conter diversas proibições para usos de termos, símbolos e afins por parte de igrejas que não as Católicas Apostólicas Romanas, finaliza com as seguintes palavras: "Temos o dever de alertar os fiéis católicos para a existência de alguns grupos religiosos, como é o caso da autointitulada "igreja católica carismática de Belém" e outras denominações semelhantes, que apesar de se autodenominarem "católicas" não estão em comunhão com o Santo Padre, Papa Bento XVI, e não fazem parte da Igreja Católica Apostólica Romana. Por esta razão todos os ritos e cerimônias religiosas por eles realizadas são ilícitos para os fiéis católicos. Assim sendo, recomenda-se vivamente aos féis que não frequentem os edifícios onde eles se reúnem e nem colaborem ou participem de qualquer celebração promovida por esses grupos. Rezemos para que a unidade desejada por Jesus Cristo aconteça plenamente".
Leia o parecer da CNBB:
Comunicamos a todos os católicos, que foi instalada em nossa Arquidiocese em Sorocaba, a “Paróquia Carismática Senhor Bom Jesus” na Praça Benedito Paes de Almeida, na Vila Santana (Adélia). Esta Paróquia não pertence à Igreja Católica, mas a uma denominação que se autointitulou “Igreja Católica Apostólica Carismática”. Está à frente da mesma o Sr. Renato Suhett Lima, egresso da Igreja Universal do Sr. Edir Macedo, tendo passado pela Igreja Anglo Católica, agora a serviço da ICAC. Como o nome desta agremiação religiosa pode dar a impressão de que se trata de uma paróquia católica, – o Sr. Renato a propaga também através de rádio local – peço aos sacerdotes diáconos e coordenadores de comunidades que divulguem a Nota Pastoral da Presidência da CNBB que tratou da questão e que se aplica especialmente à ICAC.
Dom Eduardo Benes, arcebispo metropolitano.
NOTA PASTORAL DA PRESIDÊNCIA DA CNBB SOBRE ALGUMAS QUESTÕES RELATIVAS AO USO INDEVIDO DOS TERMOS: CATÓLICO, IGREJA CATÓLICA, CLERO E OUTROS
A CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL – CNBB, na defesa da verdade e da liberdade, considerou oportuno publicar a presente Nota Pastoral, destinada aos membros do episcopado, do clero, aos religiosos e a todos os fiéis leigos.
O uso de nomes, termos, símbolos e instituições próprios da Igreja Católica Apostólica Romana, por outras denominações religiosas distintas da mesma, pode gerar equívocos e confusões entre os fiéis católicos. Nestes casos o uso da palavra “católico”, “bispo diocesano”, “vigário episcopal”, “diocese”, “clero”, “catedral”, “paróquia”, “padre”, “diácono”, “frei”, pode induzir a engano e erro.
Pessoas de boa vontade podem ser levadas a frequentar tais templos, crendo que se trata de comunidades da Igreja Católica Apostólica Romana, quando na verdade não o são. Por essa razão a Igreja tem a obrigação de esclarecer e alertar o Povo de Deus para evitar prováveis danos de ordem espiritual e pastoral.
Assim, temos o dever de alertar os fiéis católicos para a existência de alguns grupos religiosos, como é o caso da autointitulada “igreja católica carismática de Belém” e outras denominações semelhantes, que apesar de se autodenominarem “católicas”, não estão em comunhão com o Santo Padre, Papa Bento XVI, e não fazem parte da Igreja Católica Apostólica Romana. Por esta razão todos os ritos e cerimônias religiosas por eles realizadas são ilícitos para os fiéis católicos.
Assim sendo, recomenda-se vivamente aos féis que não frequentem os edifícios onde eles se reúnem e nem colaborem ou participem de qualquer celebração promovida por esses grupos. Rezemos para que a unidade desejada por Jesus Cristo, aconteça plenamente.
Brasília-DF, 30 de novembro de 2011
Cardeal Raymundo Damasceno de Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luis
Vice Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Sorocaba, 23 de janeiro de 2013
Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
Arcebispo
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul e CNBB
Católico, idolatra, nome diferente.
ResponderExcluirNão me admira ter saído a IURD
Concordo, com o irmão da Rede de Discípulos, de onde ele saiu, não se pode esperar boa coisa, vindo da Universal tudo é possível!!
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