sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Igreja Batista Betânia acolhe moradores de rua com fartura na ceia

 ldariedade reúne 1.200 na noite de Natal da Cinelândia

Confraternização organizada por igreja acolhe moradores de rua com fartura na ceia

Diego Valdevino
Rio - Negros, brancos, pobres, ricos, evangélicos e católicos. Todos estiveram reunidos para a ceia da noite de Natal, na Cinelândia. E não faltou rabanada, peru, chéster e panetone na 8ª edição do ‘Projeto Sendo
Família Pra Alguém no Natal’, evento da Igreja Batista Betânia, de Sulacap, que recolheu moradores de rua de vários bairros do Rio para uma grande festa. Ao todo, foram 1.200 pessoas nas estimativas dos organizadores.

"O Natal é para todos e não tem essa de classe social ou religião. Todos podem sentar à mesa. A época natalina reúne negros, brancos, pobres, ricos, ou seja, não há exceção. Poderia ser sempre assim. Nosso alvo é o morador de rua. Se cada um fizer um pouquinho, daremos mais alegria a estas pessoas”, comentou o pastor Neil Barreto.

Pelo menos 60 quilos de arroz, 40 de farofa e mais de 100 chésteres foram servidos pelos voluntários que trabalham para realizar a ceia de Natal, que já está na 8ª edição
Foto:  Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Ele conta que três ônibus circularam pela Lapa, Centro, Praça da Bandeira, Glória, Flamengo e Botafogo, e recolheram mais de 200 moradores de rua para participar da ceia. No fim do evento, que começou às 20h e durou pouco mais de quatro horas, eles ganharam roupas. Brinquedos também foram doados para crianças.
Solidariedade
A nutricionista Tatiana Pereira de Paula, de 36 anos, uma das idealizadoras do projeto, explica que cada integrante da Igreja “faz um pouquinho” e os preparativos começam às 8h do dia 24, em Sulacap. Este ano, foram 60 quilos de arroz, 40 de farofa, 100 chésteres, além de muita salada de fruta e outras guloseimas. “São pessoas que saem dos seus lares para atender a esse público e, muito além de servir comida, estão lá para escutar suas histórias de vida, abraçá-los.”
Há um ano morando nas ruas do Centro, Romário da Silva Rodrigues, de 36, ganhou um presente especial na noite de Natal. “A igreja vai me levar para casa da minha família em Campos de Goytacazes. Quero reencontrar minha mãe e minha filha de 11 anos. Fui morar na rua por causa das drogas, mas cansei desta vida”, disse. Nas ruas da Lapa há três anos, Paulo Costa, de 45, disse que esse foi o seu melhor Natal longe de sua família, em Guadalupe. “Não passei fome”, lembrou emocionado.
Segundo Tatiana, cerca de mil pessoas já aguardam o acontecimento todos anos na Cinelândia. Ela diz que a maior gratificação de quem participa é ouvir os depoimentos de quem já saiu da rua e volta à ceia. “As pessoas voltam por gratidão, para rever os ex-colegas de rua, para dividir suas histórias. Isso deixa bem claro que a intenção não é só distribuir comida, mas se relacionar com eles.”
Com reportagem de Luíza Gomes
Fonte:  Jornal O Dia

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