IGREJA NÃO É PARTIDO POLÍTICO!
Spurgeon em uma de suas mensagens disse que se você for chamado para o ministério pastoral, não se rebaixe ao ponto de aceitar tornar-se Rei! O pregador referia-se à sublimidade do chamado pastoral em relação a qualquer outra atividade por mais nobre que o homem possa vir a fazer. Como estamos precisando dessa consciência em nossos dias!
Demorei uma semana para escrever esse artigo para me recuperar do susto de ver alguns de meus colegas pastores reunidos "para debater os rumos de nossa cidade" com um dos nossos candidatos à prefeitura de Angra dos Reis. Estranhei pelo principio simples de que, em uma democracia não se discute os rumos com uma vertente política só, mas sim com todas as forças que compõem uma cidade, ainda mais em relação à Angra que, encontra-se polarizada desde o seu nascedouro! Há muito tempo venho preocupado com essa polarização, e já escrevi aqui um artigo que discorro sobre essa aguda situação política!
Fico a pensar no que leva um grupo de pastores a, de maneira tão certa, fechar com uma candidatura, e começo a dissertar que isso acontece, dentre outros motivos por uma lógica perversa, que tem a sua origem no capitalismo, considerado de modo bem selvagem e utilitarista! Entendo assim o raciocínio estreito: quem poderia nos dar mais vantagens?
Hoje em dia não há polarização mais ideológica: quer ver um exemplo? O PT que vem sendo espifranado com razão no Supremo é um partido fisiologista, aliado às grandes elites, que fez um bem descomunal aos banqueiros e especulatores da máquina financeira de nosso país nos dois governos de Lula e agora, tenta dar um "choque capitalista" em nossa economia para evitar os efeitos nocivos da crise internacional que atravessamos! Não é mais o PT afeito às ideias socialistas, pois se acostumou com as benesses e com as tramóias do poder! Em nossa cidade é representada por um grupo que, governou durante 12 anos nossa gente, mais não conseguiu desenvolver confiança em boa parte da população que ainda tem em sua maioria uma pergunta no peito: "será que vale a pena mudar?".
Já no outro lado, temos um político populista (com o estilo "Garotinho" de ser!) com promessas que fazem o povão encher os olhos, mas que em seus governos anteriores (sem contar no "extra" do governo atual) foi conivente com denúncias de corrupção e questões ainda sob o juizo da lei. Em sua ampla aliança política envolve um partido com claras intenções comunistas e que apóia o que há de pior no mundo em termos de perseguição aos direitos minimos dos humanos direitos, que vem a ser o famigerado PC do B! Deste lado, o povo que entende de polítca ideológica, em crise, se pergunta? "teremos alegria de novo, com esse estilo personalista de fazer política?"
Mas, alguns de meus colegas pastores, desceram do púlpito já afirmando é melhor optar já! Sei de pastores que dizem mesmo quando estão no púlpito: "nossa igreja está fechada com....". Pasmo de saber que existem ovelhas tratadas como "gado marcado" em nossa cidade! E, respeitando as sensibilidades alheias, não posso terminar esse artigo, deixando de condenar os "coronéis travestidos de pastores" que pensam tratar de suas ovelhas como uma massa ignorante que insiste em brincar de "fazer tudo o que o mestre mandar".
A Bíblia é muito taxativa ao dizer que devemos orar pelos nossos governantes, II Timóteo 2.1,2; e que também devemos estar sujeitos às autoridades constituidas, Romanos 13.1; mas também diz que o governo do Anticristo virá por vias do poder político, Apocalipse 13; e nada tira de minha cabeça que esses que se locupletam com o poder, manipulando o povo de Deus já tem suas mentes tomadas pelo "espírito do anticristo".
Termino com um parte do capítulo de nossa "Declaração Doutrinária da Conveção Batista Brasileira", no que versa sobre "liberdade religiosa":
"O Estado deve ser leigo e a Igreja livre. Reconhecendo que o governo do Estado é de ordenação divina para o bem-estar dos cidadãos e a ordem justa da sociedade, é dever dos crentes orar pelas autoridades, bem como respeitar e obedecer às leis e honrar os poderes constituídos, exceto naquilo que se oponha à vontade e à lei de Deus."
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