quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Ucrânia: orar é preciso




As manifestações contra o governo na Ucrânia ganharam o noticiário nos últimos dias após o endurecimento na repressão aos protestos. No entanto, a resposta do governo a tudo isso tem potencial para prejudicar o avanço do evangelho na região, pois eventuais sanções à Ucrânia e um possível isolamento em relação ao Ocidente inviabilizariam ou até impediriam a atuação dos missionários, que passariam a ser vistos como agentes estrangeiros.

“Se o povo não conseguir a liberdade, isso pode prejudicar muito a obra missionária. Se leis ditatoriais que foram aprovadas não forem anuladas, nós, missionários parceiros dos crentes brasileiros, passaremos a ser considerados ‘agentes estrangeiros’ e não mais simples missionários”, explica o Pr. Anatoliy Shmilikhovskyy, missionário em Lviv, cidade no oeste da Ucrânia.

O país está no alvo das orações de Missões Mundiais. No último sábado (25), o diretor executivo da JMM, Pr. João Marcos B. Soares, pediu um momento de oração durante a Câmara Setorial de Missões da 94ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira, em João Pessoa/PB.

“Intercedemos pela Ucrânia na reunião da Câmara Setorial de Missões. Que Deus manifeste seu poder e conceda paz à Ucrânia”, disse o Pr. João Marcos.

O orientador estratégico para o Leste Europeu e missionário em Portugal, Pr. Joed Venturini, pede que os crentes do Brasil coloquem um alerta de oração sobre a Ucrânia.

“A situação no país está muito tensa. A Ucrânia tem mais de 100 mil batistas e é um país-chave na região. Temos 27 missionários da terra, e as orações são urgentes”, destaca o Pr. Joed.

Segundo o Pr. Anatoliy, o povo se levantou em muitas cidades. De acordo com ele, a escalada do conflito é grande, e o clima é tenso. O missionário destaca que muitas pessoas foram detidas apenas por estarem na rua protestando contra o governo.

“Mas, nós, como cristãos, sabemos que o palco de batalha não está na rua, mas nos lugares celestiais. Moisés sabia que precisava de um exército forte, mas também sabia que a vitória vinha de Deus. As pessoas estão na rua, mas a igreja deve orar”, pede o Pr. Anatoliy.

O missionário pede oração por paz e estabilidade na Ucrânia, para que os políticos tomem decisões que levem bem-estar à nação. Ele também pede intercessão pela igreja, para que seja luz e sal para o povo, que perdeu a esperança na política, e também pela obra missionária, para que a Ucrânia não se feche para outras nações.

“A Ucrânia está se tornando um país missionário Peça ao Senhor para que os ucranianos tenham um país que contribua com o crescimento da obra missionária”, diz o Pr. Anatoliy, que acrescenta: “Por favor, não tenha pena de nós. Não precisamos de lamentos, mas precisamos que o povo de Deus esteja em oração, pois a Ucrânia é um país-chave para os países de fala russa. Amanhã nós acordaremos em um país diferente e livre para pregar o evangelho ou teremos mais uma ditadura no livro de intercessão mundial?”.

Entenda os protestos na Ucrânia
Os protestos em Kiev começaram no final de novembro de 2013, quando o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, se recusou a assinar um acordo de livre-comércio com a União Europeia, em um gesto de aproximação com a Rússia.

A assinatura do acordo é exigida pelos manifestantes, que desde então entraram em confronto com forças policiais, orientadas pelo governo a reprimir com força, se necessário, os reivindicantes, concentrados na Praça da Independência, no centro de Kiev.

A Ucrânia fez parte da antiga União Soviética e desde sua independência, em 1991, sofre interferência da Rússia em assuntos internos. Essa intromissão da Rússia foi criticada pela União Europeia e pelos Estados Unidos, que ameaçaram a Ucrânia com sanções, situação com potencial para isolar o país e, assim, se tornar um obstáculo para o trabalho missionário.


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