por Jarbas Aragão
Denominações liberais perdem membros anualmente e podem estar perto do fim
O jornal The New York Times publicou um artigo controverso, onde analisa os recentes movimentos liberais dentro das denominações cristãs e aponta como isso pode decretar o fim delas.
Em 1998, o controverso bispo Episcopal de Newark, John Shelby Spong, publicou um livro intitulado “Por que o Cristianismo deve mudar ou então morrerá”. Spong representava uma ala da denominação que abandonou quase todos os elementos da fé cristã tradicional e teve muitos seguidores.
A maioria dos líderes da Igreja Episcopal Anglicana viram nas últimas décadas sua igreja se tornar uma das entidades cristãs mais progressistas do mundo. Aos poucos foi abrindo-se para as imposições de grupos que desejavam ver a ordenação de pastores gays, depois a celebração religiosa do casamento gay e mais recentemente a ordenação de ministros transgêneros.
Como resultado desses movimentos internos, hoje a Igreja Episcopal é extremamente flexível sobre questões de dogma, apóia a libertação sexual em quase todas as suas formas, mostra-se disposta a misturar o cristianismo com outras religiões e minimiza aspectos da teologia em favor de causas políticas seculares.
O resultado, contudo, tem sido diferente do esperado. Ao invés de atrair um público mais jovem, mais desejoso ou aberto a essas mudanças, os números indicam que a morte da Igreja Episcopal pode estar se aproximado rapidamente. Segundo um levantamento divulgado este ano, na década 2000-2010, a média de frequência dominical caiu 23%, e nenhuma diocese episcopal viu um aumento no numero de pessoas indo à igreja.
Este rápido declínio é o mais recente capítulo de uma história que começou nos anos 1960. As discussões desencadeadas naquela época marcou o início de tentativas de manter as igrejas episcopais relevantes e adaptadas aos novos tempos.
Na contramão desse movimento, as denominações mais tradicionais, especialmente as de fundo pentecostais, marcadas muitas vezes por seus “usos e costumes” experimentou uma verdadeira explosão no número de membros, sobretudo na África e América do Sul. O viés mais liberal do cristianismo simplesmente entrou em colapso. Praticamente todas as denominações que fizeram concessões teológicas – Metodista, Luterana, Presbiteriana – tentando adaptar-se aos valores contemporâneos viu a queda na frequência à igreja. Dentro da Igreja Católica, ocorreu algo similar, pois as ordens religiosas mais progressistas também entraram em declínio tanto no número de membros quanto no de novos ministros.
Estudiosos apontam que essas formas de cristianismo continuarão entrando em declínio no futuro. A ideia parece ser a necessidade de se redefinir o que é o cristianismo liberal – onde a fé impulsiona uma reforma social, sem desprezar a necessidade de conversão pessoal.
Gary Dorrien, um erudito protestante liberal, apontou que as origens do liberalismo cristão deram origem a movimentos relevantes como o Evangelho Social e a luta pelos direitos civis. Mas, os seus proponentes de então era muito mais dogmáticos do que os de hoje em dia. Seus líderes tinham “profundidade no estudo da Bíblia, defendiam a devoção familiar, a oração pessoal e adoração.” Eles defendiam uma reforma progressiva crendo “em um Deus pessoal transcendente… na divindade de Cristo, a necessidade de redenção pessoal e a importância das missões”. As lideranças modernas parecem ter apenas a preocupação com satisfazer as demandas externas.
Os líderes da Igreja Episcopal e das denominações com posturas semelhantes, não parecem estar oferecendo algo que se distinga de um liberalismo puramente secular. Ou seja, todas essas tentativas de “mudar para não morrer” poderão resultar justamente em sua morte como denominação.***
O jornal The New York Times publicou um artigo controverso, onde analisa os recentes movimentos liberais dentro das denominações cristãs e aponta como isso pode decretar o fim delas.
Em 1998, o controverso bispo Episcopal de Newark, John Shelby Spong, publicou um livro intitulado “Por que o Cristianismo deve mudar ou então morrerá”. Spong representava uma ala da denominação que abandonou quase todos os elementos da fé cristã tradicional e teve muitos seguidores.
A maioria dos líderes da Igreja Episcopal Anglicana viram nas últimas décadas sua igreja se tornar uma das entidades cristãs mais progressistas do mundo. Aos poucos foi abrindo-se para as imposições de grupos que desejavam ver a ordenação de pastores gays, depois a celebração religiosa do casamento gay e mais recentemente a ordenação de ministros transgêneros.
Como resultado desses movimentos internos, hoje a Igreja Episcopal é extremamente flexível sobre questões de dogma, apóia a libertação sexual em quase todas as suas formas, mostra-se disposta a misturar o cristianismo com outras religiões e minimiza aspectos da teologia em favor de causas políticas seculares.
O resultado, contudo, tem sido diferente do esperado. Ao invés de atrair um público mais jovem, mais desejoso ou aberto a essas mudanças, os números indicam que a morte da Igreja Episcopal pode estar se aproximado rapidamente. Segundo um levantamento divulgado este ano, na década 2000-2010, a média de frequência dominical caiu 23%, e nenhuma diocese episcopal viu um aumento no numero de pessoas indo à igreja.
Este rápido declínio é o mais recente capítulo de uma história que começou nos anos 1960. As discussões desencadeadas naquela época marcou o início de tentativas de manter as igrejas episcopais relevantes e adaptadas aos novos tempos.
Na contramão desse movimento, as denominações mais tradicionais, especialmente as de fundo pentecostais, marcadas muitas vezes por seus “usos e costumes” experimentou uma verdadeira explosão no número de membros, sobretudo na África e América do Sul. O viés mais liberal do cristianismo simplesmente entrou em colapso. Praticamente todas as denominações que fizeram concessões teológicas – Metodista, Luterana, Presbiteriana – tentando adaptar-se aos valores contemporâneos viu a queda na frequência à igreja. Dentro da Igreja Católica, ocorreu algo similar, pois as ordens religiosas mais progressistas também entraram em declínio tanto no número de membros quanto no de novos ministros.
Estudiosos apontam que essas formas de cristianismo continuarão entrando em declínio no futuro. A ideia parece ser a necessidade de se redefinir o que é o cristianismo liberal – onde a fé impulsiona uma reforma social, sem desprezar a necessidade de conversão pessoal.
Gary Dorrien, um erudito protestante liberal, apontou que as origens do liberalismo cristão deram origem a movimentos relevantes como o Evangelho Social e a luta pelos direitos civis. Mas, os seus proponentes de então era muito mais dogmáticos do que os de hoje em dia. Seus líderes tinham “profundidade no estudo da Bíblia, defendiam a devoção familiar, a oração pessoal e adoração.” Eles defendiam uma reforma progressiva crendo “em um Deus pessoal transcendente… na divindade de Cristo, a necessidade de redenção pessoal e a importância das missões”. As lideranças modernas parecem ter apenas a preocupação com satisfazer as demandas externas.
Os líderes da Igreja Episcopal e das denominações com posturas semelhantes, não parecem estar oferecendo algo que se distinga de um liberalismo puramente secular. Ou seja, todas essas tentativas de “mudar para não morrer” poderão resultar justamente em sua morte como denominação.***
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