Em
decorrência da quarta edição da Escola de Líderes da Associação Vitória
em Cristo (Eslavec), na qual afirma ter investido R$ 4 milhões, o pastor
Silas Malafaia foi entrevistado recentemente pela revista Veja. Em uma
conversa voltada para a formação de pastores, que a revista descreve
como uma “cruzada para formar mão de obra evangélica”, Malafaia afiram
pagar salários de até R$ 22 mil para os pastores de sua igreja e conta
que em 2012 recebeu R$ 40 milhões em ofertas dos fiéis.
Na
entrevista Malafaia descreveu que os pastores liderados por ele são
tratados como verdadeiros profissionais, e listou uma série de
benefícios fornecidos pela igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo
para que seus pastores possam se dedicar integralmente ao trabalho
ministerial.
Malafaia
falou ainda que existe uma grande falta de formação dos pastores
evangélicos no Brasil atualmente e disse que bancará cursos
universitários para seus pastores em Harvard, além de já pagar faculdade
no Brasil para alguns deles.
Leia a entrevista na íntegra:
Quanto o senhor paga para seus pastores?
Pago entre
R$ 4.000 e R$ 22.000 reais, e dou a casa, o colégio dos filhos, tudo. O
camarada não precisa se preocupar se a criança se adaptou na escola, se
vai encontrar uma casa para morar. Ajudo com tudo para o pastor se
dedicar a igreja, focar no trabalho que precisa ser feito.
O senhor dá uma parcela do dízimo arrecadado como parte do pagamento de seus pastores?
Não. A
Universal chegou a fazer isso no passado, mas agora não faz mais. Quando
eu mando para uma cidade longe, eu banco gasolina, carro, casa, tudo e
dou boa remuneração. Eu não dou mole para ninguém, não tem desculpa para
não dar certo.
O
senhor tem programas de TV em diversos canais, usa Rolex de ouro e fez
implantes de cabelo. Beleza é um ponto valorizado na hora de contratar
um pastor?
Não tenho
esse tipo de preocupação. O cara pode ser feio, mas precisa ter
dignidade. Aquela coisa “Eu sou pobre, mas sou limpinho”, sabe? O pastor
é um exemplo, tem de estar bem alinhado e penteado. Não escolho pastor
pela cara que ele tem.
Faltam pastores no Brasil?
Na verdade,
pastores não faltam. Mas falta qualificação. A Bíblia é o melhor manual
de comportamento do mundo, se o camarada não souber aplicar
teologicamente um conselho para uma pessoa, a coisa complica. Para
atender as demandas do mundo moderno, o cara precisa estar preparado. O
pastor é, em potencial, um psicólogo. Ele precisa lidar com a vida das
pessoas, saber o que dizer, o que aconselhar. Isso não se aprende de uma
hora para outra.
É preciso ser casado para ser pastor?
Olha, na
minha igreja só tem casados. Como dar conselhos e contar experiências se
não passou por aquilo? Ser casado e ter filhos são condições
importantes, quem fala o contrário está mentindo. Tem muita patrulha em
cima disso, mas a Bíblia é clara que o pastor deve antes pastorear sua
família. É profético.
Evangélico sofre preconceito?
A igreja
evangélica é um extrato da sociedade. A maioria das pessoas que vai lá
ganha cinco salários mínimos, como o resto do Brasil. Não tem essa coisa
de ser lugar de gente não esclarecida. O mesmo público que vai ao
restaurante vai à igreja. Os crentes são como todos os brasileiros.
O senhor bancou R$ 4 milhões para fazer o curso da Eslavec. Não pediu ofertas para cobrir esse investimento?
Antes de o
curso começar, algums parceiros tinham dado R$ 1,3 milhão, mas daí pedi
aos alunos ofertas também. No ano que vem, esse curso será realizado em
Fortaleza e terá capacidade para 15.000 pessoas. Vai ser muito forte.
Quais são os gastos com esse curso?
Vários, como
trazer preletores importantes. Eu trouxe o T. D. Jakes, um bispo
importante dos Estados Unidos. Ele discursou no funeral da Whitney
Houston e é conselheiro do Barack Obama. O cara pede US$ 300.000 por
palestra, mas para mim ele fez por US$ 60.000 porque estava com vontade
de conhecer o Brasil. Os palestrantes brasileiros receberam ofertas de
R$ 20.000.
A sua igreja arrecadou R$ 40 milhões em 2012. Onde o senhor aplica esse dinheiro?
O dinheiro é
investido em templos, na qualificação de pastores e em obras sociais.
Tenho 120 igrejas hoje e quero chegar a 1.000 nos próximos dez anos.
Há um valor mínimo para dar ofertas para sua igreja?
Claro que
não. Cada um dá quando pode e quanto quiser. Eu tenho empresário que me
dá R$ 300.000 por mês. Há um ministro do Supremo Tribunal de Justiça que
me manda por mês R$ 300,00, R$ 500,00. Outra coisa: 20% das ofertas que
recebo não são de evangélicos, mas de pessoas que se identificam com
minhas obras sociais e com minha conduta. É muito forte.
O senhor tem medo de um pastor deixar sua equipe para fundar uma igreja própria e, com o tempo, ela ficar maior do que a sua?
Se um cara
me disser que quer voar, beleza. É impossível segurar uma águia. Mas um
nunca vi um cara dar rasteira e conseguir sobreviver.
Fonte: Dan Martins no Gospel+
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