A Igreja com
frequência nos fere profundamente. Pessoas com autoridade religiosa
normalmente nos ferem através de suas palavras, atitudes e exigências.
Precisamente porque nossa religião nos coloca em contato com questões de
vida e morte, nossa sensibilidade religiosa pode ser facilmente ferida.
Ministros e pastores raramente se dão conta de como um comentário
crítico, um gesto de rejeição, ou um ato de impaciência pode ser
relembrado durante uma vida inteira por aqueles a quem eles foram
direcionados.
Existe uma
fome tão grande por significado na vida, por conforto e consolação, por
perdão e reconciliação, por restauração e cura, que qualquer pessoa com
alguma autoridade na Igreja deveria constantemente ser lembrada que a
melhor palavra para caracterizar a autoridade religiosa é compaixão.
Continuemos a olhar para Jesus, cuja autoridade foi expressa em
compaixão.
[…] Quando
somos feridos pela Igreja, nossa tentação é rejeitá-la. mas quando
rejeitamos a Igreja, torna-se muito difícil permanecer em contato com o
Cristo vivo. Quando dizemos: “Eu amo a Jesus, mas odeio a Igreja”,
acabamos não apenas perdendo a Igreja, mas também a Jesus. O desafio é o
de perdoar a Igreja. Este desafio é especialmente grande porque a
Igreja frequentemente nos pede perdão, ainda que extra-oficialmente. Mas
a Igreja, como uma organização humana e falível, precisa de nosso
perdão na mesma medida em que a Igreja, na forma do Cristo vivo entre
nós, continua a nos oferecer perdão.
É importante
pensar na Igreja não como algo que se encontra “lá fora”, mas como uma
comunidade de pessoas fracas, cheias de conflitos, da qual somos parte e
na qual nos encontramos mutuamente com nosso Senhor e Redentor.
Tradução: Jonathan Menezes em Escrever é transgredir
Fonte: Henri J. M. Nouwen em Bread for the journey
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