domingo, 24 de novembro de 2013

Jesus (e não Nietzsche) para estressados!



por Valmir Nascimento

Uma filosofia que parte do caos não pode oferecer esperança a ninguém, mas somente desespero e ceticismo.

Uma grande ironia. É o que posso dizer do livro Nietzsche para estressados (Sextante), escrito por Allan Percy. A obra – assumidamente de autoajuda – diz reunir 99 máximas do filósofo alemão e sua aplicação a várias situações do dia a dia, e é indicado – segundo afirma – para pessoas que procuram inspiração para combater as angústias e os medos dos dias de hoje, tanto na vida pessoal quanto pro?ssional.

Colocar Nietzsche ao lado de autores de autoajuda é uma nova estratégia da assim chamada filosofia terapêutica (ou filosofia clínica), que se popularizou principalmente a partir do livro Mais Platão, Menos Prozac, de Lou Marinoff.

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Mas por que afirmo que Nietzsche para estressados é uma grande ironia? Muito simples: Sua vida e obra falam por si. A mulher que amou casou-se com seu amigo. Aposentou-se prematuramente. Sozinho e frustrado por suas obras não alcançarem a acolhida desejada, foi vítima de seus primeiros acessos de loucura em 1889, quando morava em Turim e estava praticamente cego. Após longas temporadas internado em clínicas da Basileia e de Jena, Nietzsche passaria o ?m da vida na casa da mãe, que cuidou dele até morrer, deixando-o ao encargo da irmã. Nietzsche faleceu em 1900.

Convenhamos. A vida de Nietzsche não dá conforto algum para pessoas estressadas. O caos e a tristeza ditaram a sua existência. Mas a questão não é essa, afinal o sofrimento pode levar à esperança (Rm 5.3-5). O problema é que nada na filosofia de Nietzsche poderia conduzir aopropósito da vida e ao conforto psicológico e espiritual. Muito ao contrário, sua crítica à moralidade cristã e a sua filosofia niilista (ausência de sentido) não conseguem erigir uma visão de mundo capaz de fornecer às pessoas propósito e esperança.

É realmente irônico que o primeiro capítulo do livro de Allan Percy seja: Quem tem uma razão de viver é capaz de suportar qualquer coisa. Mais irônico ainda é a afirmação de que “Nietzsche destaca a importância de se buscar uma “razão de viver”. Quando nossa vida se torna plena de sentido, de uma hora para outra os esforços já não são cansativos, e sim passos necessários em direção à meta que estabelecemos”.

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Uma cosmovisão niilista não pode produzir sentido e propósito de vida para as pessoas. Por isso, Nietzsche para estressados é uma contradição em termos, pois uma filosofia que parte do caos não pode oferecer esperança a ninguém, mas somente desespero e ceticismo. Se a nossa existência não tem nenhum propósito, logo a vida não tem sentido. Se a vida não tem sentido, resta somente um mundo vazio e desprovido de significado, onde impera a desordem.

Por essa razão, Ravi Zacharias escreve:
“Quando alguém tenta viver sem Deus, as respostas à moralidade, à esperança e ao sentido da vida o enviam ao seu próprio mundo para moldar para si uma resposta individualizada. Viver sem Deus significa elevar-se com a ajuda de seus próprios instrumentos metafísicos, seja qual for os meios escolhidos…. Pode então o homem viver sem Deus? Claro que pode, no sentido físico. Pode viver sem Deus de maneira racional? A resposta é: Não!; porque tal pessoa é compelida a negar a lei moral, a abandonar a esperança, a privar-se do significado e a arriscar-se a não se recuperar, se estiver errada. A vida já oferece muita evidência do contrário. Fora do Cristo não há lei, não há esperança e não há sentido. Você, e só você, é aquele que vai determinar e definir estes elementos essenciais da vida; e você e só você, é o arquiteto da sua própria lei moral; você e só você, idealiza sentido para a sua vida; você, e só você, arrisca tudo o que tem baseado numa esperança que você imagina” .

A perspectiva cristã, tendo como fundamento o ato criativo e proposital de Deus, diz que a vida tem sentido e por isso há esperança (Hb 10.23), a qual está ancorada em Jesus Cristo (Hb 3.6; 6.19), “porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele” (Cl 1.16).

Nesse sentido, vale lembrar o hino cristão:

Porque Ele vive, posso crer no amanhã.

Porque Ele vive, temor não há.

Mas eu bem sei, eu sei, que a minha vida

Está nas mãos da meu Jesus, que vivo está.


Por isso, podemos indicar seguramente:


Jesus para estressados: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. (Mateus 11:28)

Jesus para perdidos: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. (João 14:6)

Jesus para desanimados: “Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais”. (Mateus 14:27)


Jesus para ansiosos: “Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?”. (Mateus 6:25)

Jesus para medrosos: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim”. (João 14:1)

Jesus para impacientes: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. (João 14:27)



Enfim, Jesus para humanos e imperfeitos!


Fonte: http://www.ubeblogs.net/2013/11/jesus-e-nao-nietzsche-para-estressados.html

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