Igrejas cristãs ainda não tomaram um posicionamento a respeito do aborto para casos de microcefalia.
Em entrevista à Folha de São Paulo, o presidente da Aliança de Batistas do Brasil, Joel Zeferino, afirmou que este assunto precisa ser discutido “com a sociedade”.
“É preciso incluir nesse debate as mulheres que sofrem esse aborto, sobretudo das periferias das cidades, mulheres negras, que de fato fazem esses abortos ilegais. É precisamos colocar a voz dessas mulheres nessa discussão. Não temos uma posição a respeito do aborto”, afirmou.
Zeferino ainda defendeu que cada igreja faça suas discussões internas sobre este tema.
Já dom Flávio Irala, bispo da Igreja Anglicana e presidente da Conic (Conselho Nacional das Igrejas Cristãs) afirmou que é preciso debater o tema, mas que a igreja sempre vai escolher a vida.
“Hoje, a gente tem uma resposta possível, não a ideal. Essa discussão é muito recente. O propósito da igreja é sempre pela vida”, afirmou. “Mas não podemos ficar nos escondendo de debates polêmicos”.
Outras igrejas de víeis esquerdista, porém, acreditam que esse assunto tenha que ser decidido pelo governo federal por se tratar de uma política pública.
“Há algumas que compreendem que isso precisa ser tratado como uma questão de política pública. Então, cabe ao poder público definir se libera ou não. Elas não declaram a favor do aborto, mas se posicionam no sentido de que é uma decisão governamental”, esclarece ela.
Se o assunto é incerto entre os evangélicos, os católicos são categóricos: não aceitam o aborto em hipótese alguma. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) já se posicionou sobre o caso dizendo que a epidemia do zika vírus não justifica a autorização do aborto.
A Igreja Católica Ortodoxa Siriana do Brasil, representada pelo arcebispo Mor Titos Paulo Tuza, também se afirmou contrária ao desejo do governo e da Organização das Nações Unidas (ONU) que deseja aprovar a interrupção da gravidez em casos de microcefalia. Para eles o aborto só é válido se a gestação ameaçar a vida da mãe.
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