"Há discriminação por toda parte e isso é explícito. Quando alguém chega com ajuda, os cristãos são separados, não é dado alimento a eles pelo simples fato de acreditarem em Cristo. Eles ainda ouvem a frase ‘não há alívio para os infiéis’"
Embora todos os cristãos sejam de fato peregrinos nessa terra, há alguns que sentem na pele essa verdade com muito mais intensidade do que outros. Nós que fazemos parte da igreja livre de perseguição não temos ideia do que seja viver durante anos dentro de uma barraca, depois de perder a casa, o carro e, muitas vezes, até alguns membros da família. Milhares de cristãos da Igreja Perseguida são expulsos de suas aldeias quando decidem seguir Jesus.
Meninas são sequestradas e vendidas como escravas por grupos extremistas e jovens são recrutados e forçados a lutar ao lado de guerrilheiros. Como deslocados, muitos cristãos vivem em condições desumanas.
"Até agora estamos conscientes de que 18 cristãos somalis morreram de fome nos últimos três meses, nas cidades de Afgoye, Baidawa e Kismayo. Isso acontece porque o Al-Shabaab não lhes dá alimentos e por isso eles precisam se deslocar para conseguir ajuda. Qualquer um que seja suspeito para os islâmicos, quer seja cristão ou até amigo de um cristão, não recebe os alimentos. No entanto, negar-nos o alimento não é a pior coisa que pode nos acontecer. Esses homens já mataram muitos de nossos membros de igreja e podem matar ainda mais. Estamos extremamente preocupados com a fome na Somália", disse um líder cristão somali de uma igreja clandestina, em 2011, quando foi negada ajuda alimentar aos que estivessem seguindo o cristianismo.
A planície de Nínive, uma área que abrigava muitos cristãos, está devastada. Há mais de dois anos que milhares de pessoas tiveram que deixar o local por conta da invasão do Estado Islâmico (EI). Existem muitas histórias sobre os constrangimentos e humilhações que os seguidores de Cristo tiveram que enfrentar sob as regras do grupo extremista islâmico.
"Eles disseram: ‘cuspa na cruz ou morra’. Eu tentei explicar que isso era pecado, mas eles retrucaram. ‘Você não vê que eu tenho uma arma?’. Então eu percebi minha fraqueza e pedi perdão ao Senhor, clamando que ele se vingasse por mim", disse um cristão idoso iraquiano. Hoje em dia, ele é um homem livre, mas luta para se recuperar dos traumas causados durante os dois anos que viveu nas mãos dos militantes islâmicos.
Na Nigéria, mais de 70 mil crianças correm risco de vida por causa da fome que assola o nordeste do país. A ONU também afirma que cerca de 14 milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária na mesma região. Essas são as consequências da passagem do grupo extremista islâmico Boko Haram nessa nação.
"Os cristãos em Borno estão traumatizados e muitos estão perdendo a esperança. Na cidade de Gwoza existe apenas uma igreja sobrevivente, onde os cristãos costumavam ser maioria", disse um dos colaboradores da Portas Abertas. "Há discriminação por toda parte e isso é explícito. Quando alguém chega com ajuda, os cristãos são separados, não é dado alimento a eles pelo simples fato de acreditarem em Cristo. Eles ainda ouvem a frase ‘não há alívio para os infiéis’", conclui o colaborador.
"Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam." (1 Pedro 2.10)
Fonte: ttps://www.portasabertas.org.br
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