segunda-feira, 24 de março de 2014

A Bíblia no coração

A ousadia em continuar distribuindo e lendo a Bíblia, mesmo em meio à pressão, é uma atitude compartilhada por todos aqueles que amam a Palavra de Deus. "Eu era refugiada na China, mas, em vez de juntar dinheiro para fugir para a Coreia do Sul, gastava todas as minhas economias comprando Bíblias e livrinhos evangelísticos", compartilha Hea Woo*, norte-coreana
Como acontece a muitos de seus compatriotas, ela fugiu para a China em busca de alimento. Acabou encontrando uma comida diferente. Depois de conhecer Jesus, ela passou a estudar a Bíblia fervorosamente e entendeu que seu chamado era para ser evangelista. Hea Woo foi conduzindo seu ministério na China até que Deus resolveu levá-la para ministrar em sua terra natal.

Ela foi delatada ao governo chinês que a extraditou. Seu destino? Um campo de concentração. "Cada dia, no campo, era uma tortura. Sempre me lembrava das pragas que Deus enviara ao Egito. Estar no campo é sofrer todas essas pragas ao mesmo tempo. Pessoas morriam e eram cremadas; os guardas espalhavam as cinzas nos caminhos que percorríamos todos os dias. Eu pensava ‘Um dia, os outros prisioneiros vão caminhar sobre mim’".

Apesar do horror, Hea Woo permaneceu fiel, sustentada por Deus, que também colocou em seu coração o desejo de evangelizar os prisioneiros. "Francamente, como vou fazer isso? Eu queria viver. Como Deus me pedia para falar aos outros sobre Jesus? Se me apanhassem, era morte certa. Mas Deus persistiu. Ele me mostrou com quem eu deveria falar. ‘Aquele lá, fale com ele.’ Eu ia até a pessoa e falava o texto de Atos 16.3, que as pessoas tinham de crer em Jesus e então elas e sua casa seriam salvas. Essa palavra encorajava os outros prisioneiros, que estavam a um passo da morte todos os dias. Eles se convertiam muito facilmente".

Assim, nasceu uma célula cristã naquela prisão. "Éramos cinco pessoas. Eu não tinha a Bíblia, então só conseguia ensinar a eles os versículos que sabia de cor. Aos domingos e no Natal, nos reuníamos em locais privados, (banheiro). Então fazíamos um breve culto. Ensinei a eles alguns hinos, que cantávamos nessas reuniões. Todos nós sobrevivemos ao campo, porque cuidávamos uns dos outros. Não tivemos problemas, apesar de nossos cultos secretos". Hea Woo não acha que fez algo extraordinário. "Eu estava apenas sendo obediente".

*Nome alterado para a segurança da cristã.

Trecho retirado da revista Portas Abertas, volume 31, número 12 (edição de dezembro/2013). Conheça mais testemunhos da Igreja Perseguida, assine a revista Portas Abertas!
FonteRevista Portas Abertas

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