George Gonsalves
Alguém coloca na internet um texto (pequeno, é claro) ou uma foto. Em poucos segundos outra pessoa vê esta imagem e clica em um botão: “curtir”. Pronto. Assim se dá o tipo mais comum de compartilhamento de mensagens e imagens da maior rede social do mundo: o facebook. A própria rede anunciou que o número de usuários chegou a um bilhão de pessoas! Ou seja, mais de 10% dos habitantes do planeta estão conectados no “face”.
O facebook é perfeito para o mundo moderno. É um autêntico fast food virtual. Ninguém pode negar a sua utilidade. Às vezes, precisamos de mensagens curtas. John Piper escreveu que não lembramos de um livro inteiro após sua leitura, mas de algumas frases que nos marcaram. Ocorre que este tipo de linguagem nem sempre é adequada. Podemos nos acostumar a ler pouco, escrever pouco e nos tornarmos pobres para exprimir sentimentos. Ao invés de estar com um amigo no seu aniversário, podemos mandar um “bolo virtual”. Há pessoas que colocam mensagens que só poderiam ser ditas “olho no olho”, como por exemplo, pedidos de perdão ou de casamento.
É natural que um cristão, que é usuário do facebook, utilize a rede social para postar mensagens de cunho evangelístico. Mas, é bom sabermos que o evangelho não são retalhos desconexos de auto-ajuda. Segundo pesquisa feita em 2008, pelo Instituto Pró Livro, apenas 2,5% da população brasileira leem a Bíblia regularmente. Se levarmos em consideração que mais de 20% dos brasileiros se dizem evangélicos, podemos constatar que boa parte dos membros das igrejas evangélicas simplesmente não tem o costume de passar algum tempo em leitura e meditação das Sagradas Escrituras.
O público quer mensagens curtas que não exijam muita reflexão. Sermões que exigem raciocínio e concentração são tidos como entediantes. O que atrai são pregações e livros com títulos como: ”Quatro passos para uma vida feliz”, ou ainda, “Sete maneiras de vencer o pecado”.
Devemos observar que frases retiradas da Bíblia (ou inspiradas nela), fora de seu contexto, podem, inclusive, levar pessoas a graves equívocos em relação à mensagem do evangelho. Um singelo “Jesus te ama”pode, por exemplo, induzir alguém a acreditar que Cristo não se importa com a vida que levamos, face ao seu grande amor; “Deus satisfará os desejos do teu coração” talvez incline ao pensamento que o Todo-poderoso realizará todos os nossos sonhos, assim como um gênio da lâmpada; “Somos mais do que vencedores” pode levar cristãos a crerem que o Senhor sempre lhes dará o sucesso em seus projetos pessoais.
Deste modo, percebemos que o evangelho é mais profundo que mensagens curtas aleatórias e nossa aceitação a ele deve ir além de clicar no botão “curtir”.
Fonte: http://www.gracaesaber.com/
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