quinta-feira, 7 de junho de 2012


(+de) 10 fins de mundo que falharam #EPICFAIL


Gravura de Carmen Lomas Garza

Aproveitando o gancho, já que ainda estamos em 2012, e já sobrevivemos a, pelo menos, um fim de mundo, sendo esse mais um daqueles anos onde, certamente, o mundo acabará - conforme a compreensão de algum gênio que presta seus desserviços à neurose humana (você pode fazer uma busca no livro “2012 doomsday” com mais de 600,000 acessos, além de estar na lista da Amazon.com com mais de 96,000 vendas. O ser humano tem essa necessidade mórbida de conhecer o fim de todas as coisas, assim como aquela curiosidade que nos faz reduzir a velocidade nas rodovias para verificar a possibilidade de vítimas em algum acidente nas estradas.

Abaixo, uma lista dos 10 apocalipses anunciados através da História e - obviamente -  que nunca aconteceram:

10. O efeito Júpiter, 1982

Em 1982, dois professores de astrofísica, John Gribben e Stephen Plagemann, divulgaram a ideia que o raro alinhamento planetários dos nove planetas combinariam uma combinação gravitacional floated the ideia that a rare alignment of all nine planets in 1982 would create a combined gravitational capaz de alterar as camadas tectônicas terrestres, causando catastróficos terremotos e alteração fatais no clima do planeta. Eles escreveram o livro em conjunto, causando angustia durante certo tempo, mas após o alinhamento passar sem nenhum dano previsto, esses profissionais, até então, respeitadíssimos em seu meio, tiveram sua reputação irremediavelmente arruinada. Mais tarde, eles defenderam que estavam apenas fazendo um simples especulação sobre os possíveis efeitos no planeta, mas jamais que tal alinhamento pudesse causar o dano que a imprensa alardou.  De qualquer forma, o tal efeito Júpiter, embuste ou fato, foi o primeiro apocalipse de origens naturais, sem que o desejo de um deus irado estivesse por trás.


9. Profetiza Elizabeth e a igreja Universal e Triunfante  -  1990




Embora tenha conseguido atenção mundial por um curto espaço de tempo (algo mais de cunho bem negativo, por sinal), nos idos dos anos 80, a fundadora e líder espiritual da Igreja Universal e Triunfante convenceu muito de seus seguidores que em 23 de abril de 1990 se iniciaria uma guerra nuclear, instruindo a estes que estocassem comida e armas nos porões de suas casas, reforçando-os como abrigos nucleares, na região de Montana, nos Estados Unidos.

Embora o governo federal encoraje esse tipo de procedimento diante de possíveis potenciais desastres, a tal igreja exagerou "um pouco" na aquisição de armas de fogo, e deteve boa parte dos fiéis - incluindo o marido da profetisa - já que o acumulo dessas armas se enquadrou em crime federal.

Curiosamente, o não cumprimento da tal guerra nuclear não significou o fim imediato do movimento, eles continuaram estocando alimentos, adquirindo armas e construindo seus bunkers em Montana tempo depois. Consta que alguns desses membros, até pouco tempo, ainda mantinham os abrigos nucleares em atividade.

8. 1666 d.C.


Bem como hoje, sempre houve na História, em quase todos os anos, alguém que defendesse ser este ou aquele como a data para "o grande final", mas algumas datas angariam mais interesse  - ou medo -  do que outras. Um ano que provou ser especialmente popular entre os eleitos para "final dos tempos" foi 1666,  obtido pela combinação dos 1.000 anos do primeiro milênio com a marca da besta do Apocalipse (666). Não é difícil entender como eles, usando essa fórmula matemática complexa deve ter parecido bastante impressionante para nossos ancestrais, que apostaram que 1666 seria o número mais óbvio para os aficionados do fim do mundo durante o Renascimento. 

Surpreendentemente, ele provou ser totalmente errado, com exceção do grande incêndio que destruiu Londres desse ano, matando centenas e destruindo 70.000 casas na cidade, tornando o ano uma espécie de juízo final para os londrinos, embora para o resto do planeta o tal fim não se concretizou, deixando muitos teólogos e astrólogos envergonhados, fazendo-os retornar aos seus cálculos, na busca de compreender onde foi que erraram.

7. 1000 e 1033 d.C.

Considerando o papel que o número 1.000 desempenha por muitas vezes nas Escritura, seria difícil imaginar que a virada do milênio não seria considerado extremamente significativa, especialmente entre aqueles que tomam que o livro do Apocalipse tem crido nos mil anos de reinado do milênio de Cristo literalmente. Curiosamente, muitos estudiosos tendem a rejeitar a noção de que a mudança do milênio criaria qualquer grande perturbação entre a população da Europa, mas outros contestam esta premissa e insistem que há muito mais evidências para os teólogos do fim do mundo defenderem ser galopante em torno do ano 1000 que se pensava anteriormente. Alguns também notaram que, ao longo das últimas décadas, muitos estudiosos medievalista passaram a ver o período por volta da virada do milênio como uma época de transformação social e cultural, tornando-se possível especular que as expectativas apocalípticas em todo este período podem ter sido mais influentes do que os historiadores anteriores estavam dispostos a admitir. Outras evidências sugerindo que a febre do fim do mundo continuariam até 1033 d.C. -o 1.000 º aniversário da morte e ressurreição de Cristo, estão contidos dentro dos escritos do monge Borgonha Radulfus Glaber (985-1047 d.C.), bem como outros cronistas da época.

6. Edgar Cayce e a batalha do Armagedon, 1999


O famoso paranormal Edgar Cayce (1877-1945) fez uma série de terríveis previsões de mudança da Terra durante os anos 30 - sempre em estado de transe (daí seu apelido, o Profeta Adormecido) deixando aberto ao debate, já que parcialmente sem cumpriram, embora tenha sido sua profecias baseadas na Bíblia - as mais catastróficas  - terem se mostrado as mais decepcionante (ou fortuito, considerando que não ocorreu como previsto). Possivelmente,  prevendo as várias mudanças climáticas na Terra, associando às descrições bíblicas , teve como prenúncio do fim, e imprudentemente anunciou que a épica batalha de Armagedom, assim como a Segunda Vinda de Cristo ocorreria em 1999 - diga-se de passagem que, apesar de ter sido feita a mais de meio século, ainda consegue soar bem contemporâneo.

Obviamente, quando esses eventos não se croncretizaram, mostraram-se tão falhos quanto os outros "profetas" contemporâneos, apesar de não ter que suportar a desmoralização diante de sues falsos diagnósticos, por estar morto a mais de 50 anos.

5. Bug do Milênio, 2000


Provavelmente nenhum "fim dos tempos" foi tão bem divulgado. Promulgada por geeks de computador do mundo todo, acreditava-se que, com a virada do milênio, os velhos computadores do século XX iriam entrar em colapso por conta de não haver na época equipamentos capazes de compreender datas superiores a 1999, e tal falha, acreditava-se, poderia travar equipamentos simultaneamente no m undo todo. Previa-se que milhões acordariam em 01 de janeiro de 2000 com a tela azul da morte estampada  em seus monitores. Embora não pareça grande coisa, imaginar um travamento mundial na rede de computadores representava comprometimento em operações rotineiras do planeta, como derrubar  o sistema de controle de tráfego aéreo e seus radares, possibilitando centenas de colisões aéreas, com pilotos voando às cegas, controles automatizados de refrigeração de núcleos de reatores nucleares em colapso poderiam geram explosões centenas de vezes maiores que as bombas lançadas em Hiroshima e Nagasaky. 

Como resultado, houve corrida aos supermercados nas semanas e meses que antecederam a grande "não-acontecimento", com gente estocando desde água engarrafada a papel higiênico, na possibilidade do tal bug do milênio prevendo que o Microsoft Armagedom. Quem poderia imaginar que tudo que era necessário para impedir O dia do Juízo eram pequenas atualizações de software mesclada com um pouco de diligência? (Claro, nós já aprendemos a não levar essas coisas tão a sério, não é?)


4. Hal Lindsey e "O falecido grande Planeta Terra" -  1970

Poucas pessoas da comunidade cristã se arriscam tentando prever o Arrebatamento (evento em que todos os bons cristãos do planeta instantaneamente desaparecerão), o surgimento do Anticristo, a Batalha do Armagedom, os sete anos previstos da Grande Tribulação. Um desses foi o capitão do navio a vapor que virou pregador, Hal Lindsey, autor do livro de bolso em 1970, o Late Great Planet Earth, que se tornou um bestseller internacional do dia para noite. (ainda hoje, o livro se mantem disponível nas editoras de todo o mundo, apesar de ser completamente desacreditado pelos acontecimentos posteriores constatados). Delinear uma cadeia extraordinária de eventos destinados a culminar no retorno triunfante de Cristo no final de um ciclo de sete anos de horror abjeto, fizeram literalmente milhões de cristãos ficarem em expectativa para 1988 (o quadragésimo aniversário da criação do Estado de Israel em 1948, quando o relógio do dia do juízo final começou literalmente, de acordo com Lindsey) como "a data". Embora Lindsey nunca tenha citado especificamente o ano, era evidente em seus argumentos de que era na década de 1980 a previsão para que todos os eventos descritos do Apocalipse acontecessem, e para os leitores nos anos 70, era assustador .

Estranhamente, o fracasso da profecia de Lindsey não causou muitos danos à sua "carreira", que passou a escrever vários livros sobre o fim dos tempos (todos com as mesmas variações, com forma semelhante a realizar) e ainda adquiriu o seu próprio canal de TV a cabo, demonstrando que nada causa mais sucesso do que um homérico fracasso.


3. Heaven’s Gate, 1997

Na manhã de 26 de março de 1997, a polícia de San Diego foi chamada para uma ocorrência numa mansão alugada, na comunidade de Rancho Santa Fé, Califórnia: investigar denúncias de uma possível morte. Quando lá chegaram, descobriram algo terrível: cada um deitado em sua própria cama, todos vestidos com idênticas camisas pretas, calças e tênis preto-e-branco, novos, da Nike. Eram 39 corpos em decomposição, com seus orgãos genitais removidos,vítimas aparentes de um pacto de suicídio em massa.

Quem eram e por que todos cometeram suicídio em um curto intervalo de dias? Ali estavam todos os  membros de Heaven's Gate, pequeno grupo de crentes dedicados, convencidos por um professor de música que transformou-se em guru Nova Era, Marshall Applewhite: ele defendia que o planeta estava prestes a ser "reciclado" e que a única chance de sobreviver era deixá-lo imediatamente na nave espacial que andava na cauda do cometa, então recentemente descoberto Hale-Bopp. Infelizmente, a única maneira de suas almas poderem pegar carona nessa nave era por ingestão de veneno,  libertando-se da casca terrena para permitir a "transição". Aparentemente, seus seguidores levaram a sério o suficiente para que mais de três dúzias deles se juntassem a ele na tomada de suas próprias vidas como parte de um ato de suicídio ritual, demonstrando que as crenças apocalípticas estão longe de ser fim.(você ainda crê que tudo é simples e inofensivo?)

2. Os Milenistas e a grande decepção, 1844


Um fazendeiro novaiorquino elevado a pastor batista, William Miller (1782-1849), era tido por todos como bom e decente, além de seu notável poder de persuasão com suas ideias, o que acabou por ser seu maior prejuízo, quando, após a realização de exaustivo estudo auto-didata do Antigo Testamento - especialmente o livro de Daniel - e chegando a conclusão que Jesus Cristo retornaria à Terra em toda a Sua glória em 22 de outubro de 1844.

Ele chegou a essa data após uma série bastante complexa de cálculos, mas basta dizer que, por volta de 1840, seu poder de persuasão foi suficiente para induzir mais de 50.000 (algumas estimativas chegam a acreditar que esse numero passou de 500.000!)  a acompanhá-lo em Nova Inglaterra a conclusão de seus ensinamentos.

Quando o dia passou sem o retorno de Cristo, a decepção foi, para dizer o mínimo, mais do que um pouco palpável. Da comunidade que permaneceu em vigila durante a madrugada,  amanheceu apenas com um único homem, abandonado pela membresia que havia se desfeito de todos os seus bens seguindo aquela revelação. Inabalável, Miller recalculou e, encontrando um erro de matemática simples, informou que havia deixado um ano fora do cálculo e nomeou 1845 como "o ano". Depois que Cristo teimosamente se recusou a retornar também nesse ano, Miller desistiu e viveu os últimos anos de sua vida recluso. frustrado e deprimido por sua grande decepção, mas sem nunca deixar de crer na eminente Segunda Vinda .

Sua igreja, no entanto, sobreviveu com um pequeno remanescente, tornando-se mais tarde a base da Igreja Adventista do Sétimo, embora esses não tenham se arriscado a dar datas do fim do mundo, mas mantendo fortemente uma mentalidade sobre o fim dos tempos.

1. Os campeões: Testemunhas de Jeová: 1874, 1914, 1918, 1920, 1925, 1941, e 1975


Um grupo tradicional em profetizar o fim do mundo são os Testemunhas de Jeová, cuja propensão para escolher anos para a - não - volta de Cristo são lendários. Um grupo fundado em 1874 pelo milenista e Congregacionalista Charles Taze Russell (1852-1916). Desde a sua criação, nenhuma outra denominação teve a pretensão de, repetidamente, fixar datas como a Sociedade da Torre da Vigia, geralmente para seu próprio prejuízo . Embora Russell originalmente propôs várias datas para o retorno de Cristo a partir de 1874, sua data para o fim do mundo mais famosa era 01 de outubro de 1914, data que passou a se encaixar muito bem com o início da Primeira Guerra Mundial (que Russell, pacifista e com ardente seguidores, defendia que aquela era o início da Batalha de Armageddon).

Quando Cristo não retornou - mais uma vez – conforme prognósticos, Russell - seguindo “macete” de alguns dos seguidores de Miller, simplesmente sugeriu que o Senhor tinha voltado "invisivelmente" , embora sem definir exatamente o que isso significava. Em qualquer caso, não pareceu afetar a credibilidade entre a membresia da igreja em qualquer escala ou nível, que continuou a ter o crescimento extraordinário nas décadas decorridas após a morte de Russell em 1916. Sem se deixar abater pelo seu “furo” em 1914 (ou, aparentemente, desconhecendo o referido retorno "invisível" de Cristo) os líderes da igreja, sob a liderança do enérgico sucessor de Russell, "Juiz" Rutherford, passaram a citar vários outros anos como a data para o retorno do Salvador. Entre eles, 1918, 1920, 1925 e 1941 foram todos propostos em um momento ou outro, mas cada um passou sem intercorrências (com exceção de 1941, que viu alguma eventualidade catastrófica ocorrida na Europa). Embora estes "furos" parecessem ter efeito prejudicial sobre aquela igreja ou o seu crescimento contínuo por várias décadas, essa tendência se definiu quando o grupo anunciou – mais uma vez - que 1975 seria o ano do retorno – agora visível e definitivo - de Cristo(Esta certeza foi baseada na crença de que Adão foi criado no ano 4026 a.C., tornando 1975 o aniversário de 6.000 desse milagre.).

Incentivaram as Testemunhas de Jeová em vender suas casas, deixar seus empregos, e renunciar a qualquer planejamento futuro, em prol da oração e fazer porta-a-porta evangelizadora até chegar o fim. Com o alvorecer de 1976 veio o remorso e, com ele, debandada geral dos membros da seita, que demoraria décadas para recuperar.

Após tamanho prejuízo, a liderança da organização passou a ter consideravel cuidado com definições de data, embora reconhecidamente apocalípticos, fins de tempo da crença continuam a permear seus ensinamentos até hoje.

Menções desonrosas:

O “ministério” Jack Van Impe, alegando base bíblica profética, continua a obstruir espaço aéreo com o seu absurdo para este dia;

Herbert W. Armstrong e a Igreja Mundial de Deus (essa foi criada em meados de 1930, no Oregon, Estados Unidos, nada haver com a atual do Sr. Valdomiro) sugeria que o "começo do fim" começaria em janeiro de 1973, quando na verdade, foi o começo do fim para a sua igreja;

O aposentado cientista da NASA, Edgar Whisenaut, em seu auto-publicado livro "88 Razões pelas quais o arrebatamento acontecerá em 1988" (livro que vendeu quatro milhões de cópias em poucos meses ), tornou-se o principal exemplo de como os auto-intitulados escatologistas não devem ser autorizados a auto-publicar, e, é claro:

Nostradamus, cujo os ambíguos versos foram interpretados para significar o fim impossível de uma interpretação objetiva, e por isso, ainda são usados por esse ou aquele profeta do fim do mundo com sua toga de entendedor especial .

Informações baseadas no: TopTenz
Tradução: Zé Luís Jr.
O Zé também faz parte do time do Genizah


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