Filiados em alguma igreja evangélica e hoje declaram que “afastamo-nos da igreja institucional para manter sua fé”. Muitos peregrinam por vários ministérios e denominações e se dão conta que não atingiram profundidade relacional e “espiritual” suficiente, outros se deparam com universo do “mercado gospel”, submetem-se à a campanhas e correntes espirituais e dão-se conta da cansaço.
Ficam pelo caminho.
A PERGUNTA QUE FAÇO É: ATUALMENTE COMO OS BRASILEIROS “NÃO-EVANGÉLICOS” ENXERGAM OS EVANGÉLICOS?
Recente pesquisa americana, publicada na obra “Descrentes” (2013, Editora UDF), revelam dados inéditos e surpreendentes acerca dos evangélicos americanos. É preciso ressaltar que as matizes do evangelicalismo nos EUA são diferentes do Brasil, no entanto, creio que podemos fazer algumas comparações e traçar paralelos, apenas para fomentar a discussão.
Através de intrincada pesquisa de campo, telefônica e outros métodos quantitativos e qualitativos, a obra revela como os “não – evangélicos” percebem os evangélicos nos EUA. A pesquisa foi realizada sobretudo junto a juventude estadunidense. No país da pesquisa o número dos “nones” (no Brasil chamados de “sem religião”), aumenta à cada ano e a apatia das gerações vindouras em relação a frequência de cultos e participação, conversão e pertencimento prologando em uma Igreja Evangélica é cada vez menor.
De fato os EUA presencia hoje vigorosa crise na relação entre o cristianismo e a juventude. Uma evasão e novos caminhos espirituais.
Discuto uma crise de “auto imagem” evangélica. No caso, pode-se crer que, para a sociedade em geral, o indivíduo evangélico desperte bons sentimentos. O fiel realiza obras sociais, as igrejas constroem escolas, etc. Na análise que estamos focando, constatou-se o que já percebo (não empiricamente), ao observar como o cristianismo evangélico ressoa entre meus amigos e parentes, alunos e conhecidos.
Vejamos: a partir da década de 90, quando ouve o “boom” evangélico no Brasil, o perfil do “crente”, passou por várias fases. Podemos considerar que em um passado recente, possuíam o estigma de “bom pagador, gente honesta e trabalhador correto”, pessoas mansas e perdoadoras. Uma outra proposta seria a fase atual, uma mudança para um novo perfil, menos generoso. Talvez no Brasil estes “homens da bíblia”, atualmente sejam reconhecidos de fato como a pesquisa americana aponta.
Resultado da teologia da prosperidade… Talvez? Talvez fruto do surgimento de diversos ministérios autônomos e com ética duvidosa? Talvez por uma possível onda ateísta e um desinteresse pelas religiões, fruto do “pós modernidade”, cujo principal viés é o apregoamento de uma sociedade mais racional, científica e menos mística? Realmente há muitos “talvez” nesta texto.
Caso os dados fossem recolhidos no Brasil entendo que os resultados seriam parecidos! Levando em consideração a performance negativa e escândalos envolvendo personalidades gospel, a inserção dos evangélicos na política partidária, etc. Podemos considerar um perfil parecido.
Não posso generalizar, há inúmeros bons exemplos de ações evangélicas positivas, como o “Rio de Paz” e a ong “Visão Mundial” por exemplo.
Como aqui é meu blog, estou “pensando alto”…
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