segunda-feira, 12 de março de 2012

ONDE ESTÃO OS FIÉIS?

 
"Quem é fiel nas coisas pequenas também será nas grandes". (Lucas 16.10, NTLH)


Li na revista "Ultimato", de março e abril de 2011: "No final de novembro, um office-boy de uma empresa ganhou de presente uma calça usada. Ao experimentá-la, encontrou 7 reais em um dos bolsos e, no dia seguinte, entregou o dinheiro a quem lhe deu a peça. Na mesma semana, um construtor de Belo Horizonte deixou de ganhar 27 mil reais porque se recusou a faltar com a palavra dada a outro pretendente. A única diferença entre o office-boy e o construtor é que o primeiro foi fiel no pouco e o segundo no mundo."

Fui influenciado por algumas circunstâncias ministeriais que tive de lidar nessa semana para escrever sobre fidelidade. Parece-me que temos perdido esse referencial ético nas nossas relações sociais, e isso inclui infelizmente o trato e contato entre pastores e demais líderes da igreja. Não é incomum vermos líderes considerando-se prontos fora do tempo e assumindo posições antagônicas em relação aos seus pastores que foram seus mentores na fase de preparação para o crescimento espiritual.

Tenho sido durante anos um formador de pastores, estimo que esse seja uma das frentes de meu chamado ministerial. E, ao longo desses anos tenho visto obreiros das mais diversas denominações, incluindo a minha, Convenção Batista Brasileira, rebelarem-se em relação às suas lideranças primeiras, julgando-se donos de uma visão própria e independente, e acabam entrando em rota de colisão com a vontade de Deus, que segundo Paulo em Romanos 12, "é boa, perfeita e agradável".

Não me assusta com isso, ver que exemplos tão simples de fidelidade como o do rapaz da calça e o do construtor mineiro não são percebidos nesses homens e mulheres que são sustentados por seminários denominacionais, recebem apoio pastoral de homens identificados com suas vidas, são integrados em uma igreja local que lhes dá calor e comunhão cristã, mas, como retribuição de tamanha consideração estes montam seus "rebanhos personalizados", alugam seus salões ou até mesmo partem para outras igrejas (da mesma denominação também) sem dar nenhuma consideração aos seus obreiros. São in-gratos no sentido radical da palavra, isto é "não estão com a graça no coração".

Philip Yansey em seu magistral livro, "Maravilhosa Graça", diz que a palavra graça é a "última palavra perfeita": "Os muitos usos da palavra me convencem de que a graça é realmente surpreendente: é a nossa última palavra perfeita. Ela contém uma essência do evangelho como uma gota de água pode conter a imagem do sol. O mundo tem sede de graça em situações que nem reconhece; não nos causa admiração que o hino "Maravilhosa Graça" continue sendo tão repetido duzentos anos depois de sua composição. Para uma sociedade que parece estar à deriva, sem amarras, não sei de lugar melhor para lançar uma âncora de fé."

Olha gente, eu firmo minha âncora de fé na certeza de jamais faltarão fiéis na casa de Deus. Lembro-me de Elias na caverna (I Reis 18) e digo a mim mesmo que não posso me dar ao luxo de ficar murmurando pelos cantos, acabrunhado, todo chateadinho por que um ou outro tem sido desleal para comigo, tenho de me ater naquilo que Deus disse: "ainda há sete mil que não dobraram seus joelhos a Baal".

Tenho dito e crido.

PS. Esse artigo é dedicado a todos os pastores que, como eu, já investiram em obreiros que depois causaram divisões perversas no rebanho de Deus. Estes, como eu, são resistentes em continuarem investindo em vidas, não por imposição de outros ou por orgulho, mas sim por consciência de chamado, e tenho para mim que é isso que, genuinamente importa. Louvado seja Deus!

por EZEQUIAS A. MARINS

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