segunda-feira, 15 de abril de 2013

COMO FORAM IMPLANTADOS OS USOS E COSTUMES NAS IGREJAS ASSEMBLÉIA DE DEUS




Quando os missionários Gunnar Adolf Vingre e Daniel Högberg ou Berg, como ficou conhecido) fundaram a primeira igreja pentecostal do Brasil em 18 de junho de 1911, denominaram-na Missão da Fé Apostólica.

Entretanto sete anos depois, Gunnar Vingre e Daniel Berg, agora acompanhados dos missionários Otto Nelson e Samuel Nyströem, acharam por bem mudar o nome da igreja de Missão Apostólica para Assembléia de Deus.

Os missionários Adina e Otto Nelson, quando chegaram ao Rio de Janeiro em 1945, ocasião em que o missionário assumiu a presidência das Assembleias de Deus em São Cristóvão, RJ. Em 1946, durante sua gestão, seria publicada a polêmica resolução sobre vestimentas.
1. A POLÊMICA DAS RESOLUÇÕES DA ASSEMBLÍEA DE DEUS NO RIO DE JANEIRO PUBLICADO NO MENSAGEIRO DA PAZ.

Após a fala de bruno Skolimowski, o pastor José Teixeira rego, iniciando um dos debates mais marcantes da Convenção de 1946, aproveita as palavras de Skolimowski para ler um artigo publicado no Mensageiro da Paz que criou a maior polêmica em todo o Brasil naquele ano. O artigo em questão tratava-se das resoluções tomadas pelo presbitério da Assembleia de Deus em São Cristóvão, RJ, assinadas em nome do ministério da igreja e impondo regras de vestimentas às irmãs. O texto polêmico foi publicado na página 3 da 1ª quinzena de julho de 1946, exatamente como se segue:

Resolução das Assembleias de Deus em São Cristóvão, Rio de Janeiro.

As assembleias de Deus, tanto neste país como em todo o mundo, estão hoje em grande perigo de serem invadidas pelo espírito de mundanismo, como tem acontecido às igrejas das denominações; e, quando isso acontecer, o Espírito Santo fica triste e sem liberdade de ação e, por fim,tem que retirar-se, tanto do crente em particular como de uma igreja, onde esse espírito terrível tem liberdade de entrar.

Deus sabia desde o princípio que a mulher é a parte mais fraca e mais facilmente tentada pela vaidade, por isso nas Sagradas Escrituras como as mulheres que professam o nome de Jesus devem vestir-se e pentear-se (1ª Pe 3.1-5).

O ministério desta igreja sente uma grande responsabilidade, especialmente entendendo que é a igreja-mãe de todas as igrejas do Distrito Federal e do Estado do Rio de Janeiro. Por isso, este ministério, como os irmãos membros da mesma, sentem que esta igreja deve ser um exemplo de modéstia e santidade para todas as igrejas consideradas filhas. Ainda mais, a igreja está situada na capital federal e, portanto, deve ser um exemplo para todas as igrejas do Brasil.

Em vista do exposto, a igreja unanimemente, na sua sessão ordinária de 4 de junho de 1946, resolveu o seguinte:

Não será permitido a nenhuma irmã membro desta igreja raspar sobrancelhas, cabelo solto, cortado ou tingido, permanente ou outras extravagância de penteado, conforme usa o mundo mas que se penteiam simplesmente como convém às que professam a Cristo como salvador e rei.

2.      Os vestidos devem ser suficientes compridos para cobrir o corpo com todo o pudor e modéstia, sem decotes exagerados e as mangas devem ser compridas.

3.      Se recomenda às irmãs que usem meias, especialmente as esposas dos pastores, anciãos, diáconos professoras de Escola Dominical, e dos que cantam no coro ou tocam.

4.      Esta resolução regerá também as congregações desta igreja.

5.      As irmãs que não obedecem ao que acima foi exposto serão desligadas da comunhão por um período de três meses. Terminando este prazo, e não havendo obedecido à resolução da igreja, serão cortadas definitivamente por pecado de rebelião.

6.      Nenhuma irmã será aceita em comunhão se não obedecer a estas regras de boa moral, separação do mundo e uma vida santa com Jesus.
Estamos certos de que todas as irmãs que amam ao senhor Jesus cumpriram, com gozo, o que foi resolvido pela igreja.

Após ler o texto acima para os convencionais, o pastor José Teixeira Rego “analisou o artigo”, criticando-o que no que foi seguido por outros convencionais.

Outros irmãos falaram bastante nesse assunto, mostrando a tristeza e descontentamento que o referido artigo produziu.

O assunto foi considerado tão sério que, pela primeira vez na história da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, houve uma sessão extraordinária à noite, apenas para tratar do assunto. Às 19h. os convencionais voltaram a se reunir dando continuidade no assunto da reunião anterior, acerca do artigo em forma de lei publicado no Mensageiro da Paz. Escreve o 1º secretário José Menezes que “outros irmãos cometeram e refutaram o referido artigo com novos argumento e maiores esclarecimentos”.

A ata da Convenção Geral de 1946 não nos diz que explicações do ministério são essas, mas o texto bíblico (Sl 5.6) aludido por ele fala dos mentirosos e fraudulentos. Pelo jeito, foi um discurso duro.

Como mais a frente, em um trecho da ata de 1946, o secretário José Menezes retifica sua alusão ao ministério da igreja carioca como responsável pela resolução em debate, afirmando que o presbitério de São Cristóvam era o verdadeiro responsável pela mesma, infere-se que Nyström estava sugerindo, ao citar salmos 5.6, que era o presbitério da AD em São Cristóvam teria liberado sem a concordância da liderança local.

Otto Nelson em nenhum momento se manifestou na Convenção em Recife sobre a polêmica resolução. Porém, comentários da época dão conta de que as resoluções foram influenciadas pelas criticas das AD de Madureira, que era muito rígida na área de costumes.

Aproveitando a informação de que a resolução fora publicada em desacordo, “o irmão Kolenda propõe seja redigido um artigo para ser publicado no Mensageiro da Paz corrigindo e afastando aquele que causou tanta perturbação nas igrejas”. O pastor José Bezerra da Silva “propôs que fosse nomeada uma comissão da Convenção para [o artigo pessoal] ser publicado conforme a proposta de Kolenda”. Ouvidas as propostas, a decisão dos convencionais foi que, em vez de uma comissão, apenas uma pessoa confeccionaria o artigo-resposta.

A escolha recaiu sobre o irmão Samuel Nyström que se entenderá com a convenção a respeito em reunião posterior.

Tendo alguns irmãos exigido maior firmeza da parte da Convenção, informou o presidente que a missão que representa [a missão sueca] também não esta de acordo com a resolução da Assembléia de Deus no Rio de Janeiro, publicada noMensageiro da Paz.

A retratação da igreja carioca foi publicada na edição da 2ª quinzena de janeiro de 1947 do Mensageiro da Paz, assim como se segue:

“O Ministério da Assembléia de Deus do Rio de janeiro deseja fazer público que, de acordo com a igreja, retira as regras publicadas no Mensageiro da Paz da 1ª quinzena de julho, estabelecidas para as irmãs membros da igreja, pois sem elas as irmãs obedecem a Palavra de Deus”.

2.      DANDO LUGAR À OPERAÇÃO DO ESPÍRITO.

Já o artigo doutrinário de Samuel Nyström sobre a polêmica foi publicada já na edição da 1ª quinzena de Janeiro de 1947. Por seu conteúdo ter sido aprovado pelos convencionais em Recife, o artigo tem naturalmente peso de resolução de Convenção Geral. Devido à sua importância, transcreveremos na íntegra o artigo do irmão Nyström.

Em qualquer tempo, ou circunstância, devemos lembrar-nos que não se consegue fazer a obra do Senhor por força e nem por mios violentos, resoluções ou imposições, mas a obra do Senhor se realiza pela intervenção divina criativa de Deus e pela lei do crescimento externo da obra do Senhor, mas igualmente quando se tratar do cresciemnto interno desta, tanto individual como coletivamente.

Mesmo durante a dispensação da Lei, a Lei não conseguiu outra coisa senão descobrir e pôr o pecado em atividade, tendo como resultado a morte. Paulo disse: “Outrora, sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri. E o mandamento que me fora para vida, verifiquei que este mesmo se me tornou para morte. Porque o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento, me enganou e me matou” (Rm 79-11). Enquanto a fé não tinha vindo, a Lei teve um alvo como pedagogo, conduzir homens a Cristo. Mas, tendo vindo a fé, não estamos mais de baixo do pedagogo (a Lei), e nem devemos fazer ressuscitar leis ou inventar outras leis para que não fiquemos no lugar dos gálatas, que foram chamados insensato e a respeito dos quais Paulo temia que todo o seu trabalho tornasse vão (Gl 2.2; 2.21; 4.11)

“De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé” (Gl 3.24). “Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio” (Gl 3.25).

Cristo veio com a graça e, então a Dispensação da Lei se encerrou. Em lugar do mandamento prévio, que foi ab-rogado por sua fraqueza e inutilidade, pois ‘a Lei nada fez perfeito’; foi introduzida uma melhor esperança, pela qual nos chegamos a Deus: Cristo que é nosso sacerdote, segundo o poder de Deus uma vida indissolúvel (Hb 7.16-19). Portanto, o que realmente tem valor para nós é ‘a fé que opera por amor’ por isso não nos justificamos pela Lei ou leis, para não sermos decaídos da graça e separados de Cristo (Gl 5.6).

Estatutos de ordenanças para os que morreram em Cristo não tem utilidade nenhuma, segundo as palavras de Paulo:

“Vocês morreram com Cristo e por isso estão livres dos espíritos maus que dominam o Universo. Então, por que é que vocês estão vivendo como se fossem deste mundo? Não obedeçam mais a regras como estas: “Não toque nesta coisa”, “não prove aquela”, “não pegue naquela”. Todas essas proibições têm a ver com coisas que se tornam inúteis depois de usadas. São apenas regras e ensinamentos que as pessoas inventam. De fato, essas regras parecem ser sábias, ao exigirem a adoração forçada dos anjos, a falsa humildade e um modo duro de tratar o corpo. Mas tudo isso não tem nenhum valor para controlar as paixões que levam à imoralidade” (Cl 2.19-23).

A ordenança para manifestar humildade e severidade para o corpo servem para satisfazer a carne, o erro, e elas com facilidade arranjam os que se julgam mais santos do que outros, isto resulta em inchação vã, e cria o espírito de fariseus, que é o maior impedimento para as bênçãos de Deus.

Ao contrário, o que vem sendo operado pelo Espírito Santo quebranta e derrete as durezas do coração, operando a verdadeira humildade, e esta não tem o enfeite exterior como base de santificação ou para ser membro de uma igreja, mas o homem novo, nascido pelo Espírito e dirigido pelo Espírito. O homem que está escondido no coração se conhece por um vestido incorruptível, por espírito manso e tranquilo, que é de grande estima diante de Deus (1ª Pe 3.3-4).

Este nascido do Espírito, seja homem ou mulher, não procura se exibir nem com vestidos nem com sabedoria ou seus talentos, nem com o que possui materialmente, e ainda menos com seus dons e posição espiritual, o que seria o cúmulo da vaidade. Não é um apaixonado por modas e as mudanças, mas é discreto na sua aparência. Não se veste para que o vestuário chame atenção pela sua extravagância para a sensualidade, nem se veste para que todos o notem pelo seu modo esquisito de trajar.

Há muitos países e também muitas foras de trajar neste mundo, bem como muitos climas diferentes, e tudo isso deve ser considerado, mas com a Palavra diz: ‘Com modéstia e sobriedade’. O que a Escritura ensina em relação a este assunto é que as mulheres devem ser castas e tementes a Deus tantos as que são casadas como as moças e, então, tais obedientes como Sara, não produzirão escândalos. Temos as advertências neste sentido em 1ª Timóteo 2.9-10 e 1 Pedro 3.1-6, e convém atentar para a palavra inspirada, então o Espírito Santo operará em vós o que for digno e de boa fama, e sereis agradáveis a Deus.

Lembremos-nos também que há muitas coisas que são igualmente perigosas para a obra do Senhor, que só pelo Espírito Santo poderão ser removidas, como o amor ao dinheiro que nem sempre ostenta com a ‘lapela da avareza’ para se ver, entretanto é a raiz de todos os males. O homem ostentando justiça própria, criticando tudo e todos, é um indivíduo perigoso para o avanço e a unidade da obra do Senhor, porque é difícil para o convencer e a seus adeptos.

Mas, é pelo poder do Espírito do Senhor que a obra de Deus irá avante. Ele verdadeiramente só se pode servir dos que são humildes, prontos para deixar os seus próprios planos para edificação da igreja e da sua santificação, e a deixar o Espírito Santo usar a Palavra de Deus para este fim. Então, será ‘Deus o que opera eficazmente em vós tanto o querer como o perfazer, segundo a sua boa vontade (Fp 2.13).

Sabemos que, apesar dessa resolução, algumas igrejas mantiveram por longo tempo regras muito rígidas [legalistas]quanto a penteados e vestimentas.

3.      CONVENÇÃO GERAL DE 1975.

Reunião esta realizada nos dias 20 a 24 de janeiro de 1975, na cidade de Santo André SP. O assunto polêmico sobre os usos e costumes que já tinha sido revogado, volta a tona. Porém com acréscimo de mais tradições humanas contrariando os ensinos de Jesus  (Mt 15.1-9).

“Ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Lv 26.20).

A convenção Geral das Assembléias de Deu no Brasil, reunida em Santo André SP, reafirma o seu ponto de vista no tocante aos sadios princípios estabelecidos como doutrinas na Palavra de Deus. A pedido do pastor Túlio Barros Ferreira e lida pelo pastor Geziel Gomes.

1.      Uso de cabelo crescido pelos membros do sexo masculino.
2.      Uso de traje masculino por parte dos membros ou congregados do sexo feminino.
3.     Uso de pintura nos olhos, unhas e outros órgãos da face.
4.      Corte de cabelo por parte das irmãs.
5.     Sobrancelhas alteradas.
6.      Uso de minissaias e outras roupas contrárias ao bom testemunho da vida cristã.
7.      Uso de aparelho de televisão.
8.      Uso de bebidas alcoólicas.
[Extraído da História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Pg. 218-224].
Devemos analisar que os congressistas contrariaram o artigo doutrinário de Samuel Nyström sobre a polêmica foi publicada já na edição da 1ª quinzena de Janeiro de 1947.

Aqui foi usado um texto bíblico isolado para criar uma série de normas como meio de santificação! Assim como os fariseus faziam nos dias de Jesus.

“Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mt 15.7-9).

4.      CONVENÇÃO GERAL DE 1995.

Na convenção geral de 1995, na direção do pastor Antônio Dionísio os convencionais tiveram um novo debates mais acalorados acerca da questão doutrina e costumes.

O pastor Raimundo Soares de Lima, Indaiatuba SP, chegou até a propor a exclusão de todos os pastores e igrejas consideradas liberais (aqueles que não concordavam com os usos e costumes das Assembléias de Deus – grifo do autor), e que só ficasse na Convenção Geral os considerados “conservadores (Radicais – grifo do autor).

O pastor Túlio Barros Ferreira, por sua vez defendeu o conservadorismo, mas fez uma ressalva: “Não envergonhemos nossos irmãos publicamente, mas admoestemo-lo com amor e espírito de mansidão, para que os mais fracos sejam reerguidos na fé”.

Ao final dos debates, como já adiantamos, foi aceita a proposta de as igrejas orarem sobre o assunto enquanto o Conselho de Doutrina da CGADB analisaria a questão. Durante os anos que se seguiram, a questão foi debatida principalmente nas edições que se seguiram do Encontro de Líderes da Assembléia de Deus (Elad).

No Elad de 1999, realizado no Rio de Janeiro, foi apresentado uma resolução sobre o assunto, que depois foi acatado por uma comissão especial, formados pelos pastores Esequias Soares, Íris Goulart Seixas, Elienai Cabral, Nelson Lutchemberg e Martim Alves da Silva.

A resolução do 5º Elad foi publicada na revista Obreiro nº 11, de junho de 2000. A seguir, seguem trechos da resolução:

Princípios são bases estabelecidas por Deus para orientação da sociedade humana e que estabelecem parâmetros, dentro dos quais o homem é aceito e se relaciona com o Criador. (....) Tradição é a transmissão de ensinos, práticos, crenças de uma cultura de uma geração a outra. A palavra grega para tradição é paradosis, usada no sentido negativo (Mt 15.2 e Gl 1.14), e também no sentido positivo (2ª Ts 2.15). Quando se coloca a tradição acima da Bíblia ou pé de igualdade com ela, a tradição assume uma conotação negativa. Muitas vezes é usada simplesmente para camuflar nossos pecados. O problema dos fariseus e de algumas igrejas hodiernas é justamente por receber a tradição como Palavra de Deus. Disse alguém: “Tradição é a fé viva dos que agora estão mortos, e tradicionalismo é a fé morta dos que agora estão vivos”.

O primeiro ponto que precisa ser expresso numa linguagem atualizada: “sadios princípios (tradição) estabelecidos como doutrina na Palavra de Deus – a Bíblia Sagrada – e conservados como costume nas Assembléias de Deus no Brasil”. O texto não faz distinção entre doutrina e costume. O livro O Manual do Caped, edição de 1999, CPAD, Rio de Janeiro, página 92 DIZ:

“Há pelo menos três diferença básica entre doutrina bíblica e costume puramente humano. Há costume bons, e maus. A doutrina bíblica conduz a bons costume. Igrejas há que têm um somatório de bons costumes, mas quase nada de doutrina. Isso é muito perigoso! Seus membros naufragam com facilidade por não terem o lastro espiritual da Palavra de Deus.

A palavra grega usada como “doutrina” no NT é didache, que, segundo o dicionário Conciso Grego – Espanhol Del Nuevo Testamento, significa: o que se ensina, ensino, ação de ensinar, ação de ensinar, instrução” (Jo 7.16-17; At 5.28; 17.19). [...] O Léxico do NT Grego/Portugues, de F. Wilbur Gingrich e Frederich W. Danker, Vida Nova, São Paulo, 1991, página 56, diz que didasskalia é: Ato de ensino, instrução (Rm 12.7; 15.4 e 2ª Tm 3.16). Num sentido passivo – aquilo que é ensinado, instrução, doutrina (Mc 7.7; 1ª Co 14.6 e 2ª Tm 1.10; 4.6; 2ª Tm 3.10 e Tt 1.9).

À luz da Bíblia, doutrina é o ensino Bíblico normativo.

Doutrina é um ensino da Bíblia normativo, terminante, final, derivado totalmente e exclusivamente das Sagradas Escrituras, como regra de fé para a Igreja, para seus membros, vista na Bíblia como expressão prática na vida do crente. Elas são santas, divinas, universais e imutáveis.

Os costumes, por sua vez, são em si, regionais e temporais, porque ocorre na esfera humana, sendo inúmeros deles gerados e influenciados pelas etnias, etaridade, tradições, culturas, crendices populares, individualismos humanismo, estrangeirismo ignorâncias, fanatismos e carnalidade do cristão (segundo este termo do Novo Testamento 2ª Co 3.1-3).

A salvação é um ato da graça de Deus pela fé em Jesus. A Bíblia ensina que somos salvos pela fé em Jesus (Rm 3.28; Gl 2.16; Ef 2.8-10 e Tt 3.5). Todos os crente são salvos porque um dia ouviram alguém falar de Jesus e creram nessa mensagem. Ninguém fez absolutamente nada para ser salvo, a não ser ter fé em Jesus. Como consequência da salvação, temos o fruto do Espírito (Gl 5.22). Cristianismo é religião de liberdade no Espírito e não um conjunto de regras e ritos. Acrescentar algo mais que a fé em Jesus como condição para a salvação é heresia e desvio da fé cristã (Gl 5.1-4). Mas ir além da liberdade cristã, explorando os limites, é libertinagem (Gl 5.13). A fé cristã requer compromissos e por isso vivemos uma vida diferente do mundo. Do contrário, essa fé seria superficial e não profunda, como encontramos no apóstolo Paulo (Gl 2.20).

Quando os gentios de Antioquia se converteram à fé cristã, a igreja enviou Barnabé para discipular aqueles novos crentes (At 11.20-22). Ele entendia que os costumes só deviam ser mantidos quando necessários, pois ensinar costumes, culturas e tradições como condição para a salvação é heresia e caracteriza seita. Barnabé sabia que a tradição judaica era mais uma forma de manter a identidade nacional e que isso em nada implicaria na salvação desses novos crentes. Portanto, não seria necessário observar o ritual da lei de Moisés (At 15.19-20).

Os judeus não eram mais crente que os gentios por causa dos costumes, e nem consideravam os gentios menos crentes do que eles. Pedro pregava o evangelho aos da “circuncisão” (judeus), enquanto que Paulo pregava os da “incircuncisão”, (gentios) (Gl 2.7-9). Não se trata de dois evangelho, mas um só (Gl 1.1-8). 

[....] Proibições sem a devida fundamentação bíblica, é fanatismo. Quem faz de sua religião seu deus não terá Deus para sua religião. [História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Pg. 578-582].
  
FONTE DE PESQUISA
História da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil. CPAD. 1ª Edição/2004. Rio de janeiro, RJ.

Pr. Elias Ribas
Blumenau –SC.
pr_eliasribas@yahoo.com.br

Recomendo ler os estudos nos links abaixo para o leitor possa tirar todas suas dúvidas acerca de usos e costumes com base bíblica:

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Fonte: http://otpbdobrasil.ning.com/profiles/blog/show?id=4562487%3ABlogPost%3A179555&xgs=1&xg_source=msg_share_post

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