Se tem algo que eu abomino é o estilo de pregação "salada de fruta". O sujeito pega um capítulo da bíblia, sem observar o contexto histórico-gramatical do porquê e para quem o texto era direcionado, tira o capítulo do contexto e cria uma introdução subjetiva. Até ai é relevável, pois já fui a cultos de jovens que o pregador nem sequer abriu a bíblia.
Após isso, ele pega um versículo relativo a outro assunto e cria uma premissa inicial. Tal premissa já vem permeada com filosofias humanistas, curiosidades irrelevantes e as famosas piadas de púlpito com vistas a ganhar a simpatia da plateia.
Ademais, o que deveria ser uma segunda premissa, da lugar à pareidolia. O tecladista começa tocar aquela música funesta, baixam a iluminação e os canhões de luzes e a lâmpada rotativa se acendem. Esse é o "princípio das dores"! Nesse tom, o pregador começa a apontar os "pecados" do povo, iniquidades essas que só existem dentro do arcabouço doutrinário fundamentalista dele. Após o puritano ter convencido a todos que somos mortalmente pecadores por não seguirmos a cartilha que ele inferiu como ortodoxa, dá-se inicio ao show de frases lugar comum – "estamos sedentos", "venha o seu reino inabalável". "vem com seu fogo", "assim como a corsa" etc. E como tentativa de conclusão - haja vista que, do ponto de vista lógico, uma introdução que não tem nexo com a primeira premissa, somada a uma proposição de apelo à emoção, constituem, no máximo, um falso silogismo, o pregador conclui compartilhando uma evidência anedótica. Sendo esse testemunho anedótico o opus magnum da mensagem, ele aproveita para chamar todos os emocionados à frente, no intuito de se arrependerem e chorarem calorosamente ao som de uma canção importada que, no mínimo, repete cinquenta vezes o refrão.
Explicado o que seria uma pregação "salada de fruta", é o quanto basta para eu dizer que prefiro a pregação expositiva e cristocêntrica. Aquela que pega um capítulo da bíblia e explica ele versículo por versículo. Sem voz embargada (aliás, não há nada mais irritante do que um pregador que finge voz de choro), sem showzinho, sem invenção. É claro que o pregador, em sua exposição, deve falar sobre pecados. Mas que tais pecados sejam tipificados como tais na bíblia – nossa única regra de fé. E, quando o pregador falar sobre pecado, que ele explique a todos o que significam as palavras Justificação, Regeneração e Redenção; que todos saibam que, embora a lei avulte o pecado, todos eles foram justificados mediante ao sacrifício vicário de Cristo.
Nesse caso sim! Que o milagre da salvação, que o preço pago por Cristo e a forma não meritória como fomos salvos e selados pelo Espírito Santo nos traga alegria e choro de contentamento.
Afora disso, qualquer método que vise a emocionar o povo, constrangendo-os a um choro artificial, eu repudio. Que os nossos pregadores aprendam a expor a bíblia novamente, assim como os grandes reformadores do passado; da mesma maneira que Cristo com mestria e maestria também fazia. Que o evangelho nos emocione!
Escrito pelo nosso leitor: @jonathasst
Nenhum comentário:
Postar um comentário