"Estamos sendo castigados por sermos cristãos no Paquistão"
Centenas de cristãos ficaram desabrigados no Paquistão depois que uma multidão de três mil muçulmanos incendiou casas e lojas de propriedade dos fiéis, além de uma igreja. Isso tudo ocorreu devido a uma acusação falsa de que um cristão, supostamente, teria blasfemado contra o profeta Maomé.
No último sábado (9), os cristãos de Joseph Colony, na área de Lahore, fugiram da cidade com medo da violência. Eles temeram por suas vidas após escutarem uma mensagem vinda dos alto-falantes das mesquitas locais que exortavam muçulmanos a "matarem os blasfemos".
Extremistas foram incitados a atacarem o bairro cristão em resposta a uma queixa apresentada contra Savan Masih, no dia anterior, por um muçulmano local. Ele alegou que o cristão deferiu comentários depreciativos contra o fundador do islamismo, Maomé.
A multidão atacou a casa de Savan e também invadiu propriedades de outras famílias cristãs, saqueando seus bens e deixando seus lares em chamas. Um total de 178 casas e 75 lojas foram destruídas; muitos cristãos ficaram sem nada. Bíblias também foram queimadas.
Uma das vítimas, Aslam Masih, de 65 anos, disse a um dos parceiros locais da Portas Abertas que durante muitos anos ele economizou dinheiro para que as suas duas filhas se casassem no próximo mês. Ele agora não pode dar-se ao luxo de comprar uma única refeição para sua família. Em meio a lágrimas, ele disse: "Este incidente deixou-nos pobres".
Os agressores não conseguiram achar Savan, mas encontraram seu pai, Chaman Masih, e o agrediram.
A polícia acalmou a multidão ao registrar uma ocorrência de blasfêmia contra Savan, com base na seção 295-C do Código Penal paquistanês, que ordena a pena de morte para aqueles que profanam o nome de Maomé. Chaman também foi levado sob custódia.
Os agressores não conseguiram achar Savan, mas encontraram seu pai, Chaman Masih, e o agrediram.
A polícia acalmou a multidão ao registrar uma ocorrência de blasfêmia contra Savan, com base na seção 295-C do Código Penal paquistanês, que ordena a pena de morte para aqueles que profanam o nome de Maomé. Chaman também foi levado sob custódia.
O suposto incidente de “blasfêmia” aconteceu na noite de 7 de março, durante uma conversa entre Savan, que é casado e pai de três filhos, e um amigo muçulmano.
A organização de ajuda humanitária Barnabas está trabalhando com parceiros locais para ajudar os cristãos desabrigados de Joseph Colony a reconstruírem suas vidas.
As autoridades paquistanesas reagiram com firmeza à violência anticristã. O presidente Asif Ali Zardari e o Primeiro Ministro Raja Pervez Ashraf solicitaram a abertura de um inquérito. O governo de Punjab anunciou que os cristãos serão compensados por suas perdas, e que os processos contra os criminosos serão levados a juízo. Cerca de 150 suspeitos foram detidos.
Resta aguardar, portanto, se medidas serão tomadas e a ajuda virá. O incidente ainda é um vestígio da violência em Gojra, de 2009, em que mais de 60 casas cristãs foram incendiadas e oito cristãos foram mortos. Até agora, ninguém foi condenado por esse ataque. Centenas de cristãos que foram obrigados a deixar suas casas em Maherabad após uma falsa acusação de blasfêmia contra a adolescente Rimsha Masih em agosto de 2012, ainda não puderam voltar para casa.
Patrick Sookhdeo, Diretor internacional da fundação Barnabas, declara: “Mais uma vez, uma comunidade inteira no Paquistão foi arruinada e destruída por extremistas islâmicos por causa de acusações de blasfêmia sem fundamento. É bom saber que esses cristãos indefesos receberão ajuda do Estado, mas é provável que eles necessitem de ajuda de seus irmãos e irmãs de todo o mundo”.
Patrick Sookhdeo, Diretor internacional da fundação Barnabas, declara: “Mais uma vez, uma comunidade inteira no Paquistão foi arruinada e destruída por extremistas islâmicos por causa de acusações de blasfêmia sem fundamento. É bom saber que esses cristãos indefesos receberão ajuda do Estado, mas é provável que eles necessitem de ajuda de seus irmãos e irmãs de todo o mundo”.
FonteBarnabas Fund
TraduçãoAna Luíza Vastag
Fonte:http://www.portasabertas.org.br
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